Quarta-feira, 08.01.14

Sócrates ou os perigos da internet

É muito fácil manipular as pessoas na internet.

Na RTP, José Sócrates contou que, no dia do Portugal-Coreia do Norte, em 1966, quando saiu de casa Portugal perdia por 3-0, e quando chegou à escola já a seleção vencia por 5-3.

A ideia era realçar os feitos de Eusébio, mas a cotação de Sócrates em certas almas é tão baixa, que logo correu a net que ele tinha contado mais uma mentira.

Foi o blog "O Insurgente", assinado por Ricardo Campelo Magalhães, que lançou a confusão.

O autor insinua que o relato socrático não podia ser verdadeiro, pois o Portugal-Coreia do Norte jogou-se a 23 de Julho de 1966, que foi um sábado!

Parecia evidente ao autor deste comentário que Sócrates contara mais uma das suas petas, e foi isso que pegou fogo à net.

As pessoas que já têm o preconceito formado, de que Sócrates é mentiroso, caíram de imediato na esparrela.

Então não se estava mesmo a ver que o homem tinha inventado aquela historieta para se fazer interessante?

Acontece que, antes de escrever na net é preciso ter algum cuidado, não vá escapar-nos alguma coisa.

E de facto, ao Ricardo Campelo Magalhães escapou um detalhe: é que em 1966 havia aulas ao sábado de manhã, e à tarde havia outras actividades escolares.

Além disso, existiam actividades escolares e outras (escuteiros, etc) nas escolas até ao final de Julho!

Ou seja, no dia 23 de Julho, um sábado, Sócrates podia perfeitamente ir à escola àquela hora, e portanto não há qualquer razão para desconfiar da veracidade da sua história.

Não que eu seja grande admirador da personagem, mas este episódio é um excelente exemplo de como é fácil as pessoas correrem atrás de foguetes!

publicado por Domingos Amaral às 10:22 | link do post | comentar | ver comentários (163)
Quinta-feira, 20.06.13

Foi-se um Soprano, o melhor de todos...

Morreu James Gandolfini, o melhor e mais importante Soprano da minha vida.

Morreu de repente, de ataque cardíaco, o mais inesquecível mafioso da televisão americana.

Mais conhecido como Tony Soprano, foi o único mafioso que quase chegou ao estatuto olímpico de Marlon Brando ou Al Pacino, esses imortais.

Mas Gandolfini andou perto, com os seus relógios e fios dourados, com os seus tiques, as suas zangas, os seus sorrisos, as suas amantes e as suas malícias.

"Os Sopranos", que há umas semanas foi eleita a série mais bem escrita de sempre da televisão americana, são uma obra de arte, episódios espantosos, um atrás do outro, sobre a vida daquela família nos arredores de Nova Iorque.

Passei meses a fio a ver "Os Sopranos". Nunca na televisão, à hora que davam, sempre em DVD, pois não aguento o ritmo semanal, a espera por um novo episódio.

Quando gosto de uma série, e foram muito poucas as que gostei tanto como "Os Sopranos", mergulho nela dia e noite, vejo sete, oito, dez episódios de seguida, até os meus olhos se renderem e já sentir martelos na cabeça.

Os diálogos são inesquecíveis. Tony e Carmela, Tony e os amigos, Tony e os filhos, Tony e os inimigos, num caos suburbano perigoso e sangrento, mas também neurótico e desequilibrado.

Que saudades, já não se fazem coisas destas há quanto tempo?

Tony era inimitável, com aquele seu ar de urso afável e meigo, mas com precipícios lá dentro, capaz de num segundo passar ao ataque, enfurecido.

Nunca tinha existido na história do cinema e da televisão um mafioso que vai ao psiquiatra, que tem angústias, ataques de pânico, desmaios, que é atormentado pela mãe dominadora.

Era essa bipolaridade de Tony Soprano que nos fascinava, e Gandolfini era um mestre a encarná-la.

No fim, ontem, ele teve sorte. Morreu no país mais bonito em que se pode morrer, Itália.

E morreu no país onde a lenda dos mafiosos começou, o que para um actor que se tornou famoso como um deles, é um encontro histórico com o destino. 

 

publicado por Domingos Amaral às 12:10 | link do post | comentar
Quarta-feira, 05.06.13

O problema do meu nome Domingos

É um dos pequenos tormentos da minha vida, o meu nome. Nunca consegui bem perceber porquê, mas há imensa gente que não consegue fixar o meu primeiro nome, Domingos.

O problema não está no Amaral, o segundo nome. Esse todos o conseguem dizer. É um nome aberto, sonante, expansivo, e não confunde ninguém. O problema está no primeiro nome, Domingos, que tanta gente troca.

Ainda há dias, recebi pelo correio para aí a centésima carta destinada ao...Diogo Amaral. Quer dizer, a carta era destinada para mim, para o escritor e jornalista e economista. Mas não para mim, como Domingos.

É algo que me persegue desde pequeno. Já a minha professora de música, a minha querida Salomé (que nome fantástico para uma professora de música!), me trocava o nome.

Tinha eu quatro ou cinco anos, e ela dizia "então Diogo, pode cantar o dó-ré-mi?" E eu encolhia os ombros e, antes de me atirar à cantoria, lá resmungava: "não sou Diogo, sou Domingos".

É evidente que a maior parte das confusões se gera porque o meu pai se chama Diogo. Daí que, concluem as pessoas, é evidente que eu me chamo também Diogo. É uma confusão compreensível, há imensos rapazes que têm o mesmo nome do pai.

Mas, se as pessoas pensam que é a única confusão, estão enganadas. Há umas semanas atrás, num encontro no Chapitô, fui apresentado como o escritor...Ricardo Amaral!

Ricardo? Porquê Ricardo? Não é que eu não goste do nome, que gosto. E até tenho um bom amigo chamado Ricardo, mas não consegui perceber a ligação.

Onde está a conexão secreta entre mim e o nome Ricardo? Não há, na árvore geneológica dos meus Amarais, nenhum Ricardo! E também não conheço nenhum famoso, nenhuma celebridade chamada Ricardo Amaral!

E já que falamos em celebridades, diga-se que o actor Diogo Amaral também tem a sua quota de responsabilidade nesta questão do meu nome. É que já me aconteceu chamarem-me Diogo Amaral porque pensavam que eu era o actor e escritor...

Foi uma espécie de 2 em 1, um Diogo e um Domingos acabavam sendo um único Diogo. Diga-se, para que fique escrito, que o Diogo Amaral não é da minha família, não temos qualquer relação de parentesco, mas pelos vistos estamos irmanados para a eternidade!

Só que as confusões não ficam por aqui. Aqui há uns tempos, uma revista social fez uma reportagem comigo e chamou-me...Gonçalo Amaral! Sim, Gonçalo. Quem terá sido o inspirador de mais esta trapalhada?

Na época, falava-se muito de um inspector da PJ que investigou o caso Maddie, e que se chamava Gonçalo Amaral. Terei sido confundido com ele?

Enfim, é por estas e por outras que já pensei em alterar ligeiramente o meu nome. Em vez de Domingos Amaral usaria um nome de guerra mais moderninho, tipo "DF Amaral", uma coisa assim a modos que a meio caminho entre a JK Rowling e o MC Hammer. 

Infelizmente, tenho a sensação que já deve existir um DJ qualquer com um nome parecido, por isso é melhor ficar quieto. 

 

publicado por Domingos Amaral às 12:35 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Segunda-feira, 27.05.13

As 4 razões para Jesus continuar no Benfica

Para mim, não há qualquer dúvida de que Jorge Jesus deve continuar no Benfica, e aqui deixo as 4 principais razões:

 

1 - O Benfica é o que mais fatura!

Se há coisa que Jesus trouxe ao Benfica foi faturação. Quando ele chegou, o FC Porto tinha receitas superiores ao Benfica. Com ele, ficámos sempre em primeiro lugar, com mais de 100 milhões de euros de receitas em cada um dos anos! 

Neste momento, o Benfica é o 22º clube do mundo com mais receitas e a Jesus se deve. Aumentaram os espectadores no estádio, o merchandising vendido, e as receitas com transferências atingiram valores que ninguém acreditaria antes de Jesus chegar.

Nas receitas, ninguém nos vence. 

 

2 - O Benfica é o 9º clube no ranking da UEFA

Antes de Jorge Jesus chegar ao Benfica, o clube estava muito lá para trás, em 22º lugar. Em apenas 4 anos, subiu 13º lugares, com boas prestações tanto na Liga dos Campeões como na Liga Europa.

Na próxima temporada, e pela primeira vez na sua história, o Benfica pode ser um dos cabeças-de-série da Liga dos Campeões, se o Arsenal não vencer o play-off que tem de disputar.

É um feito notável, e a maior subida de um clube europeu nos últimos cinco anos. E a Jesus se deve!

 

3 - O Benfica joga um futebol de ataque como poucos jogam na Europa

Muitos dos comentários de observadores internacionais, depois da final da Liga Europa, classificaram o Benfica como uma equipa que jogava um futebol entusiasmante, "que há muito não se via na Europa", como disse Cruiff. 

É esse o DNA do Benfica de Jorge Jesus, e isso deve-nos orgulhar. O futebol é golos e espectáculo, não é retranca e cinismo, e eu prefiro mil vezes as equipas de Jesus a outras, bem mais cautelosas mas que nos deixam ensonados e entediados. 

 

4 - Se Jesus sair do Benfica vai para o FC Porto

Sei, de fonte próxima de Jesus, que ele já foi convidado por Pinto da Costa para ir para o Dragão.

O almoço entre o presidente do FC Porto e Vítor Pereira foi para enganar o pagode, pois Pinto da Costa está à espera de saber se Jesus vai ou não ficar no Benfica.

Se Jesus sair, irá para lá, e essa será uma perda dramática e dolorosa, pois Pinto da Costa deseja uma vez mais humilhar o Benfica, provando que Jesus será um grande vencedor no Dragão.

E essa é uma óptima razão para ele não sair. Um dos graves erros do Benfica foi deixar sair talentosos treinadores (e jogadores) que depois saíram vitoriosos no Dragão, como Mourinho. Com Jesus isso não pode acontecer!

 

Explicadas essas quatro razões, há que acrescentar um ponto essencial, que a direção do Benfica e todos os sócios e adeptos têm de perceber. Só com grandes jogadores o Benfica é melhor que os outros!

A última vez que o Benfica foi campeão, tinha jogadores extraordinários. Cinco deles foram vendidos (Di Maria, Ramires, David Luiz, Fábio Coentrão e Javi Garcia); dois deles decaíram muito de qualidade (Aimar e Saviola); e três deles já estão mais entradotes (Luisão, Maxi Pereira e Cardozo).

Se compararmos a actual equipa com a que foi campeã em 2010, esta não é tão boa. Apesar de ter bons jogadores (Matic, Enzo, Garay, Gaitan, Salvio e Lima), não está ainda ao nível da equipa campeã.

É isso que o Benfica precisa outra vez: grandes jogadores! Sem eles, não seremos campeões. Com Jesus ou sem Jesus.

  

publicado por Domingos Amaral às 12:27 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Segunda-feira, 20.05.13

Porque é que o FC Porto é campeão e o Benfica não?

Mais uma vez, para grande tristeza dos benfiquistas e alegria dos portistas, o FC Porto foi campeão nacional de futebol. Parabéns pois aos azuis, mas parabéns também ao Benfica, que fez uma excelente temporada.

Aqui há uns meses, publiquei um livro onde defendi que quem paga mais em salários (fixos e prémios) aos jogadores e treinadores, é normalmente campeão. Ou seja, quem paga mais, ganha mais. E, mais uma vez, tive razão.

Embora ainda não se saibam os números definitivos da época, a verdade é que, nos relatórios semestrais de ambos os clubes, lá estava a diferença. Em seis meses, o FC Porto gastou 25,76 milhões de euros em salários e o Benfica gastou 23,55 milhões. Portanto...

A minha previsão é que, no final do ano, os valores serão cerca de 50 milhões para o FC Porto e cerca de 47 milhões para o Benfica, uma pequena mas relevante diferença em despesa salarial.

Para quem não acredita nesta relação muito forte entre a competitividade de uma equipa e a sua despesa salarial, é importante dizer que, nas últimas 12 temporadas a regra verifica-se em 10 casos!

Em 10 dos 12 anos, quem pagou mais foi campeão! E isso também se passou na primeira época de Jorge Jesus no Benfica, em que o Benfica foi campeão porque pagou mais aos seus jogadores e treinadores, tendo gasto 38,2 milhões de euros contra os 35,5 milhões do FC Porto.

É também esta a situação em quase todos os campeonatos da Europa, onde quem paga mais normalmente é campeão. O Benfica tem de perceber isto o mais depressa possível, e contratar ainda melhores jogadores, e pagar-lhes mais, para voltar a ser campeão. 

Porém, é evidente que esta regra não explica tudo. É uma regra necessária, mas não suficiente. Em futebol, quando duas equipas estão no mesmo patamar de qualidade, é nos detalhes que se vence e assim foi mais uma vez.

Alguns "pormaiores" deram o título ao FC Porto. A saber: um empate do Benfica com o Estoril, totalmente inesperado. Um golo aos 92 minutos no Dragão, também ele inesperado. 

Enfim, são detalhes que retiraram ao Benfica 2 pontinhos essenciais. Mas, a verdade é que, num campeonato tão equilibrado, os jogos entre FC Porto e Benfica foram fundamentais, e o FC Porto conseguiu vencer o Benfica no Dragão, mas o Benfica não conseguiu vencer o FC Porto na Luz.

A última vez que fomos campeões, essa vitória aconteceu e talvez só sejamos outra vez campeões quando repetirmos o feito.

De qualquer forma, qualquer pessoa que goste mesmo de futebol deve elogiar e aplaudir ambas as equipas, pelo excelente e emocionante campeonato que disputaram até ao último minuto. Assim sim, assim todos gostamos mais de futebol.

publicado por Domingos Amaral às 11:16 | link do post | comentar | ver comentários (16)
Quinta-feira, 16.05.13

Benfica: o Príncipe Encantado vai chegar um dia!

Carta a Jorge Jesus

 

Caro Jorge Jesus, muitos parabéns pelo grande jogo que ontem o Benfica fez.

Muitos parabéns pela forma desassombrada, corajosa, intensa e vibrante como ontem o Benfica jogou. Assim, sim, assim o Benfica é grande, mesmo quando perde.

Ontem, talvez pela primeira vez em toda a minha vida, senti que Portugal inteiro se orgulhou do Benfica. Mesmo os nossos adversários, portistas e sportinguistas, admiraram o nosso fantástico jogo, e o nosso maravilhoso público em Amesterdão, e mesmo eles sentiram a crueldade que foi perder assim.

A derrota custa, custa muito, mas caro Jorge Jesus, não deixes que esta derrota ensombre o quanto fizeste este ano e a grande temporada que o Benfica fez. 

Jamais me vou esquecer de muitos momentos bons deste ano. Das vitórias em Leverkusen e Bordéus, da forma magnífica como jogámos em Nou Camp, Newcastle ou nesta final; das excelentes vitórias nacionais em campos tão difíceis como Alvalade, Braga, Madeira e Paços de Ferreira.

E, sobretudo, jamais me vou esquecer daquele que foi o melhor jogo da época que o Benfica fez, na Luz, contra o Fenerbahçe, na meia-final.

Além disso, também não me vou esquecer do que diziam da equipa no início do ano, quando tínhamos acabado de vender Witsel e Javi Garcia e não havia meio-campo, pois Aimar e Martins estavam fora de combate. Ou quando diziam que não tínhamos defesa, pois Luisão estava castigado para meses e supostamente não havia lateral esquerdo.

Ainda te lembras do que disseram de ti? Pois, meu caro Jesus, a ti se deve a grande construção desta equipa. A invenção de um meio-campo excelente, com Matic e Enzo Pérez; o nascimento de um jovem lateral chamado Melgarejo; a afirmação de um grande avançado chamado Lima; e ainda uma aposta em jovens portugueses, os dois Andrés.

Quem fez tudo isto em apenas um ano, e conseguiu tanta coisa boa e bonita para alegrar os nossos corações, não pode pensar em desistir só porque perdeu dois jogos nos descontos. 

Os grandes homens não são os que estão sempre no topo, lá no alto, mas sim aqueles que sabem que vão cair muitas vezes e que se vão tornar a levantar do chão muitas vezes mais, e recomeçar tudo outra vez. 

A história não acaba aqui, a vida não acaba hoje nem amanhã, e no Domingo ainda temos de lutar por um milagre. 

Sim, um dia vai acontecer um milagre ao Benfica. Ninguém sabe quando, mas um dia a famosa maldição de Bela Gutman também vai acabar. Ontem não foi esse dia, mas ele vai chegar.

Sabemos todos, desde crianças, que todas as maldições acabam com a chegada de um Príncipe Encantado. Quem sabe se um dia não serás tu?

publicado por Domingos Amaral às 10:08 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Quarta-feira, 15.05.13

Angelina Jolie e a importância da mãe para uma mulher

Para uma mulher, o que aconteceu à sua mãe é sempre uma visão possível do seu próprio futuro.

Seja no amor, seja na família, seja na saúde, as filhas olham para as mães e pensam no que serão ou poderão ser.

Assim foi também com Angelina Jolie, uma das mais belas mulheres do mundo. A sua mãe sofreu uma doença terrível e morreu ainda nova, com 50 e tal anos.

Angelina assistiu a tudo e tudo viu, e foi esse exemplo que a marcou. A mãe não caçou o cancro a tempo e depois nunca mais o caçou.

Devia ser nisso que Angelina pensava, todos os dias desde esse dia em que a mãe morreu.

Uma mulher, qualquer mulher, pensa na sua mãe todos os dias, esteja ela viva ou morta, e Angelina, apesar de ser uma das mais belas mulheres do mundo, não é diferente das outras mulheres.

Ela tinha medo, medo que o que aconteceu à sua mãe se repetisse nela, medo que o mundo fosse igualmente cruel com ela como foi com a mãe, e provavelmente não suportava mais essa ideia.

Acredito que foi isso que a fez realizar uma operação preventiva para impedir que se passasse com ela o que se passara anos antes com a mãe.

As mulheres querem ser sempre como as mães, excepto na infelicidade, e Angelina sabia que ela tinha, ao contrário da mãe, a possibilidade de fintar o destino.

Foi isso que ela fez, evitar o destino da mãe, e com isso pensar no futuro das suas filhas, pois agora elas vão ter a sorte que Angelina não teve, de poder ter a mãe mais anos com elas. 

Deve ter sido uma decisão muito dura e muito complicada para uma mulher, mas grandiosa e de uma profunda humanidade, sacrificando a glória do presente em nome de um futuro mais tranquilo.

Angelina Jolie é uma das mais belas mulheres do mundo e tinha umas maminhas lindas, que infelizmente o mundo viu poucas vezes, pois ela só as mostrou em poucos filmes, especialmente antes de se tornar uma das mais bem pagas actrizes do mundo.

Agora, o mundo não mais verá esse peito lindo, mas Angelina tem a sorte de ter descoberto uma forma bonita de homenagear a sua mãe. 

É uma forma suprema de amor, de amor de mãe e de amor à mãe. 

publicado por Domingos Amaral às 13:34 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 13.05.13

Afinal, Jesus não é Deus!

Afinal, Jesus não foi promovido a Deus, como todos os benfiquistas esperavam. Afinal, ele é humano, e também erra, e quando erra e perde, ajoelha, destroçado.

Infelizmente para os benfiquistas, Jesus não foi Deus, e não conseguiu vencer o medo de jogar no Dragão. Foi isso que nos derrotou, o medo. 

No futebol, há verdades antigas que se repetem mil vezes, e mil vezes se irão repetir ao longo da eternidade. Uma dessas verdades é: quem joga para empatar, perde. 

Custa muito mas é verdade, e vai ser sempre. Lembro-me que uma das vezes que mais admirei José Mourinho foi quando ele, treinador do Inter, teve de ir jogar fora, com o Chelsea, a segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Com a maior lata, apresentou-se em Stanford Bridge com 3 avançados, em pressão alta, e sempre ao ataque. É claro que ganhou, eliminou o Chelsea, e nesse ano ganharia a sua segunda Champions. O seu descaramento, o seu atrevimento, a sua coragem, deram-lhe a vitória.

Lá diz o provérbio que a sorte protege os audazes e foi isso que faltou ao meu Benfica na segunda parte. O Benfica não foi audaz, encolheu-se, encostou-se às cordas e no fim teve azar.

Ó Jesus, a meia hora do fim, tira-se um médio de ataque, Gaitan, e coloca-se um defesa, Roderick? E tira-se um extremo, Ola John, para meter um médio que não tem gáz para jogar linha, Aimar? 

Por muito que me custe, desta vez foi Vítor Pereira que foi audaz. Retirou um defesa, Danilo, e um médio, Lucho, para meter um avançado, Liedson e um extremo, a Catatua Negra da Nossa Infelicidade, o tal de Kelvin.

Agora, só um milagre nos salva e devolve ao Benfica um título que até merecia.

 

publicado por Domingos Amaral às 10:44 | link do post | comentar | ver comentários (9)
Terça-feira, 07.05.13

A estranha ligação entre os juros da dívida e o Tribunal Constitucional

Aqui há um mês, quando o Tribunal Constitucional vetou algumas das decisões do Governo para 2013, caiu o Carmo e a Trindade.

Que era uma ditadura do TC, que era inadmissível que o Governo não pudesse governar, que a imagem de Portugal ia ficar em risco, sei lá que mais.

Passos Coelho, numa comunicação televisiva ao país, chegou a culpar o TC por um eventual segundo resgate, alegando que a sacrossanta credibilidade de Portugal estava em causa, e que os mercados iam de novo desconfiar de nós. Ainda se lembram disto?

Pois, passado um mês, o que aconteceu às taxas de juro da dívida portuguesa, de curto, médio ou longo prazo? Seria de esperar que subissem! Mas, bem pelo contrário, desceram e muito! 

Em que ficamos? Os mercados são malucos? Então um Tribunal Constitucional abre um rombo de 1,3 mil milhões de euros no orçamento e os mercados acham bem? Então e o melodrama que Passos Coelho fez, o que é que lhe aconteceu? 

A relação entre as políticas orçamentais e os juros da dívida pública parece um bocado esquizofrénica. Quando há decisões de austeridade, a gente espera que as taxas desçam, e as sacanas sobem! E quando há decisões anti-austeridade, a gente espera que as taxas subam, e as sacanitas descem! É preciso descaramento! 

Querem exemplos concretos? Nos últimos três orçamentos austeritários de Estado - 2011, 2012, 2013 - na mesma semana em que Portugal aprovava no seu parlamento esses orçamentos, as taxas de juro da dívida em vez de descerem, como deveria ser, pois o país estava a provar que ia fazer cortes, subiram!

E agora isto: o TC abre um buraco orçamental, e as taxas em vez de subirem, desconfiando das capacidades do país de cumprir as suas metas, toca de desatarem a descer. Mas os mercados acham que somos a Alemanha, ou piraram de vez?

Na verdade, tudo não passa de um enorme equívoco. No caso de países pequenos, como Portugal, as taxas de juro da dívida pouco têm a ver com a actuação dos respectivos Governos. Façam eles mal ou bem, as taxas não lhes ligam patavina. Só querem saber o que faz o Banco Central Europeu, o resto é conversa.

O mundo da alta finança, e bem, dá muito mais importância ao senhor Draghi, do que ao errático Vítor Gaspar.   

publicado por Domingos Amaral às 11:08 | link do post | comentar
Sexta-feira, 03.05.13

Carta a Luís Filipe Vieira

Caro Luís Filipe Vieira,

Ontem, no meio da enorme euforia que se viveu do Estádio da Luz, entre abraços ao meu querido filho e aos outros companheiros de bancada, entre gritos e cânticos entusiasmados, de repente lembrei-me de si, e pensei em quanto deve estar contente e orgulhoso. 

É certo que, durante e depois dos jogos, temos tendência para falar muito mais nos fantásticos jogadores e nos maravilhosos golos, e igualmente no experiente e sagaz treinador. Nesses momentos, há pouca gente que se lembra do Presidente.

Mas, eu não quero deixar passar este dia sem lhe dar os parabéns pela chegada do Benfica a uma final europeia. Sim, parabéns senhor presidente, por este feito que nos proporcionou.

É evidente que, se o Benfica for campeão nacional, se ganhar a Liga Europa e a Taça de Portugal, será uma época extraordinária do nosso clube, e nesse momento os nossos heróis vão ser, como já são, Cardozo, Lima, Gaitan, Salvio, Matic, Luisão, Artur, e também Jorge Jesus.

Sim, mas isso é outra coisa, isso é o futebol em estado puro. Só que, antes de isso existir é preciso haver gestão, capacidade de decisão, lucidez financeira e essas em muito se devem a si, e é por tudo isso que o senhor hoje merece os parabéns.

Foram quase dez anos de presidência, e não foram dez anos nada fáceis. Muitas vezes fui crítico da sua gestão, mas hoje tenho de reconhecer que, sobretudo no último mandato, o senhor melhorou muito como presidente do nosso clube. 

No futebol, como na vida, aprende-se com os erros, aprende-se a errar cada vez menos, e percebe-se que o fundamental é ter uma grande equipa, com muito bons jogadores e um óptimo treinador, e que isso, mais tarde ou mais cedo, vai dar frutos.

É por isso que acho que o senhor merece os parabéns. Parabéns por ter mostrado a capacidade de resistência que mostrou ao longo desta década, parabéns pela crença e pelo entusiasmo que sempre colocou ao serviço do clube, parabéns pela constante melhoria das decisões sobre jogadores ao longo de dez anos.

Estar numa final europeia é o resultado de tudo isso: dos dias difíceis e das frustrações dolorosas; dos momentos bons prematuros que depois empalidecem depressa demais; dos erros e e das falhas; mas também dessa força interior que nos faz ser capaz de, todos os dias, voltar a acreditar que é possível, e voltar a lutar.

Pela minha parte, sinto que quase dez anos depois, o senhor conseguiu atingir o seu objectivo mais importante: fazer com que o Benfica seja uma instituição nacional que nos orgulhe pela forma fantástica como joga à bola, pelos jogadores excelentes que tem, e pelo treinador competente que tem. 

Nestes tempos em que os portugueses andam tão tristes, há pelo menos uma Luz de esperança para muitos. Obrigado por isso. 

Ao meu lado, no estádio, estava um rapaz que tinha 23 anos e eu abracei-o e disse-lhe que no ano em que ele estava a nascer, eu via pela última vez o Benfica numa final europeia. 23 anos são muitos anos, e foi muito difícil para todos nós...

Mas, em futebol, o futuro é que conta, e agora o futuro pode começar a ser nosso.

Ao meu lado no estádio estava também o meu filho Duarte, que tem apenas 11 anos, e que passou a segunda parte muito nervoso e com dores de barriga, tal era a aflição e o desejo de ver o Benfica em Amesterdão. 

No fim, os olhos dele brilhavam de uma alegria imensa e pura, o sonho de uma criança tinha-se realizado!

Obrigado sr. Presidente, por ter tornado possível este momento de felicidade do meu filho.

São coisas destas que o coração de um pai, como os corações de muitos outros milhões de pais e mães, jamais vão esquecer!

Um abraço

Domingos Amaral

publicado por Domingos Amaral às 16:25 | link do post | comentar | ver comentários (11)
 

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